CC Radio Portugal

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mãe... Amo-te tanto!

Olá mãmã
Apesar de falar e pensar em ti todos os dias, há já algum tempo que nada coloco aqui.
Sabes manter este monólogo diariamente, é uma forma de lidar com a tua ausência, mas há dias que esta ausência supera todas virtudes de um ser humano por muito optimista que possa ser.. hojé.. é um desses dias..
Todos nós procuramos um refúgio, uns engradecem o nosso espírito, porém, existem outros que nos dão largas à imaginação, e aqui por vezes deixamo-nos levar pela vida madrasta que, ou elegemos, ou simplesmente aceitamos o tal "destino" que nos abre o caminho para o desconhecido daquele que diariamente nos debatemos: O sentimento...
E afirmo ser desconhecido porque há momentos em que não sabemos como combater com estas vicissitudes.
Voltando ao assunto, hoje voltei a sentir mais do que nunca uma tristeza que me aperta o peito ao ponto de me fazer soltar o grito mudo do desespero de não te ver.
Refugio-me nos cantos da casa para que não me possam ver. Inesperadamente olhei para o espelho e vi-me pela primeira vez com um olhar quase que inexistente, lavado em lágrimas, rodeada por um vazio constante que embora o enfrente, nem dou por vezes pela minha existência.
Desenvolvo outras capacidades a fim de me ocupar, como sabes, adoro rádio, mas... há sempre um mas...
Busco nas imagens a tranquilidade do momento, o sossego, a paz, algo que me preencha esse vazio.. Na verdade já perdi a noção de quanto tempo é que existe esta lacuna.
Talvez me dedique em demasia a outros, ou não!
Talvez procure uma justificação injustificavel...
A verosimelhança entre a realidade e pensar que vivemos é praticamente similar, mas hoje... por entre as mensagens que lemos e outras imagens que encontramos, algo me fez concentrar mais em ti.
Desconheço o autor mas sacudiu a minha realidade:

"No dia eu não puder mais ir até ti, não te esqueças de vir até mim. Se um dia eu não me recordar de ti, lembra-me quem tu és. Se um dia eu não puder expressar o meu orgulho e amor por ti, apenas sente e pretendo que saibas que na minha alma nada disso se perdeu, tu continuas e sempre continuarás sendo parte da minha vida".

Este parágrafo simplesmente... derrubou-me!
De imediato senti a emergência de te abraçar, de te tocar, de sentir os teus lábios na minha face.. E onde estás mãe.. não posso chegar junto a ti..
Dei por mim a perder-me nas lembranças de um passado recente...
Aqui estas tu e o pai, uma das fotos mais bonitas tuas, ainda estavas com alguma saúde:

Agosto de 2007 em pleno baixo Alentejo

O teu sorriso era contangiante, recordo-me que fomos parar a um restaurante da área, e que bem enganados que fomos :)
O papá reclamou tanto, enquanto tu e eu nos ríamos às gargalhadas. Foi muito bem passado esse verão.
Por entre muito boas recordações que me deixaste e acredita que foram muitas, também me deste o orgulho de conhecer a Esposa, Mãe e Mulher que sempre foste: A minha Referência.
Os assuntos contigo não ficavam pendentes, tiveste sempre uma capacidade de resolução em todas ou quase todas as situações do quotidiano. Sempre um passo à frente. Altiva, senhora do seu nariz, determinada, impulsiva, não te enganavam facilmente, excelente gestora.
Deixaste um legado muito extenso para quem quisesse contigo aprender e dentro de ti um coração enorme, incapaz de caber o universo, porque, o teu olhar.. esse olhar que ocultava todo o sofrimento que a vida te fez passar, até esse.. tu disfarçavas..
Sabes, as vezes continuo com aquela sensação de nao te ter compreendido da melhor forma, e esse, é o preço que pago pelo que sinto, não que não tentasse, mas poderia ter feito melhor e só lamento não ter ou sentir que não estive à altura...


De entre o que mais me dói foram os teus ultimos meses de sofrimento.
Na verdade zanguei-me tanto com Deus por te deixar sofrer tanto mas tanto e a incapacidade que sentia sem poder fazer algo...
Naquela cama do hospital... não abrias os olhos, mas as lágrimas corriam, tu sabias o que te esperava.. e eu também... pior ainda sem poder parar o tempo, a dor, o aperto, sem poder retirar o teu quadro clinico... negro; Chorei desesperada muitas vezes longe dos olhares de outros e as noites em claro passadas, entre soluços, lágrimas e o desespero de não te querer ver partir.
Eu tenho a consciência que por vezes nos tornamos muito egoístas. Deus chamou-te e eu queria que permanecesses, mas mesmo que saisses, a tua vida já estava numa cadeira de rodas e após essa provavél saída a tendência seria mesmo para piorar, ou seja, não tinhas qualidade de vida e eu seria eternamente egoísta por querer que ficasses entre nós, a que preço? O teu coração aguentou até mais não poder e as tuas forças deram lugar àquilo que precisarias muito mais do que qualquer um de nós pudesse imaginar: Paz de Espírito.
Hoje sei que estás bem, apareces-me em sonhos, e vejo-te claramente com aquele sorriso contangiante que garantidamente ilumina os meus dias.
Contudo, tenho algumas palavras para te deixar, algo que embora saibas, mesmo que te o tenha dito em vida, neste momento, sinto a necessidade de repetir, até porque nunca é demais repetir que te amo, que sinto saudades tuas e sobretudo que me ensinaste a ser a Mulher que sou hoje, mas aplico aos dois, tanto a Ti como ao Pai.
Nunca é demais repetir que a vida não é medida durante anos, senão por entre aqueles momentos que nos tiram a respiração;
O respeito, o amor, os valores ou principios e a admiração que sinto pelos seres que nos deram a vida, ficam para sempre dentro do meu coração,
O prazer que me concedeste por ter participado na tua vida, contribuindo com acções, para te proporcionar um dos teus melhores sorrisos fez com que valesse a pena ter vindo ao Mundo. Na minha mente guardarei as nossas vivências, todas elas, porque todas tiveram um objectivo: ensinar. No meu coração guardarei as tuas palavras de amor e incentivo; os teus beijos serão o alimento da minha alma e o bálsamo da minha vida porque mesmo quando aconteceu a separação iminente não existiu o factor tempo porque este é curto perante a realidade de ter tido a bela experiência de ter tido o teu carinho e a tua entrega incondicional nos nossos melhores anos. O que me conforta é que a distancia não é tão grande quando a mente e o espirito se unem para manter viva a memória e os ensinamentos daqueles que nos amam para sempre.

Mãe, agradeço-te por teres existido e contemplado a minha vida!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DESABAFO: No meu tempo...


DESABAFO

Na fila do supermercado, o empregado da caixa diz a uma senhora

idosa que deveria trazer os seus próprios sacos para as compras, uma

vez que os sacos de plástico não eram amigos do meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse: "Não havia essa onda verde no

meu tempo."

O empregado respondeu: "Esse é exactamente o nosso problema hoje,

minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o

nosso meio ambiente. "

"Você está certo", responde a velha senhora, a nossa geração não se

preocupou adequadamente com o meio ambiente.

Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerantes e

cervejas eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica,

onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada uso, e eles, os

fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupámos com o meio ambiente no nosso

tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas

lojas e nos escritórios. Caminhávamos até ao comércio, em vez de

utilizarmos o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que

precisamos de ir a dois quarteirões de distância.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio

ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não

havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós

mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. As

energias solares e eólicas é que realmente secavam as nossas roupas.

Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido dos seus

irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente,

naqueles dias. Naquela época tínhamos só uma TV ou rádio em casa,

e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de

um lenço, não uma tela do tamanho de um lençol; que depois será

descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia

máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Fazer maionese era um

problema. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio,

usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou

"pellets" de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos, não se usava um motor a gasolina apenas para

cortar a relva, era utilizado um cortador de relva, que exigia músculos.

O exercício era extraordinário, e não precisávamos de ir a um ginásio e

usar passadeiras que também funcionam a electricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o

meio ambiente. Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos

com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora

enchem os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas

vezes, em vez de comprar uma outra. Abandonámos as navalhas, ao

invés de deitar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes, só

porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias,

as pessoas apanhavam o autocarro e os meninos iam nas suas

bicicletas ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um

serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e

não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia

de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais

de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a

pizzaria mais próxima.

Então, não dá vontade de rir que a actual geração fale tanto em meio

ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pense em viver um

pouco como na minha época?

(Texto: deconheço a fonte)
(fotos: George Pictures)