CC Radio Portugal

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DESABAFO: No meu tempo...


DESABAFO

Na fila do supermercado, o empregado da caixa diz a uma senhora

idosa que deveria trazer os seus próprios sacos para as compras, uma

vez que os sacos de plástico não eram amigos do meio ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse: "Não havia essa onda verde no

meu tempo."

O empregado respondeu: "Esse é exactamente o nosso problema hoje,

minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o

nosso meio ambiente. "

"Você está certo", responde a velha senhora, a nossa geração não se

preocupou adequadamente com o meio ambiente.

Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerantes e

cervejas eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica,

onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada uso, e eles, os

fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupámos com o meio ambiente no nosso

tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas

lojas e nos escritórios. Caminhávamos até ao comércio, em vez de

utilizarmos o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que

precisamos de ir a dois quarteirões de distância.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio

ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não

havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós

mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. As

energias solares e eólicas é que realmente secavam as nossas roupas.

Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido dos seus

irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente,

naqueles dias. Naquela época tínhamos só uma TV ou rádio em casa,

e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de

um lenço, não uma tela do tamanho de um lençol; que depois será

descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia

máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Fazer maionese era um

problema. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio,

usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou

"pellets" de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos, não se usava um motor a gasolina apenas para

cortar a relva, era utilizado um cortador de relva, que exigia músculos.

O exercício era extraordinário, e não precisávamos de ir a um ginásio e

usar passadeiras que também funcionam a electricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o

meio ambiente. Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos

com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora

enchem os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas

vezes, em vez de comprar uma outra. Abandonámos as navalhas, ao

invés de deitar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes, só

porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias,

as pessoas apanhavam o autocarro e os meninos iam nas suas

bicicletas ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um

serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e

não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia

de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais

de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a

pizzaria mais próxima.

Então, não dá vontade de rir que a actual geração fale tanto em meio

ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pense em viver um

pouco como na minha época?

(Texto: deconheço a fonte)
(fotos: George Pictures)





Sem comentários:

Enviar um comentário

Comente!,